top of page

The Last of Us: Como a série da HBO redefiniu as adaptações de videogames

  • Foto do escritor: Wallace Dias
    Wallace Dias
  • 13 de abr.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 20 de abr.

Durante décadas, adaptações de videogames para cinema e TV foram recebidas com desconfiança pelos fãs. Decepções não faltaram: histórias mal contadas, personagens descaracterizados e roteiros que ignoravam completamente o que tornava os jogos originais especiais. Porém, em 2023, uma série mudou esse cenário de forma definitiva: The Last of Us, da HBO.


Baseada no premiado game da Naughty Dog, a série conquistou crítica e público com uma adaptação fiel, emocionalmente poderosa e tecnicamente impecável. Mas o que, de fato, faz com que The Last of Us seja considerada a melhor adaptação de games da história? A resposta está em diversos fatores que, juntos, resultaram em uma obra-prima audiovisual.

Pôster promocional da série The Last of Us.
Pôster promocional da série The Last of Us.

Fidelidade emocional e narrativa envolvente:


O ponto de partida para o sucesso da série está na sua fidelidade emocional ao jogo original. The Last of Us não se limita a repetir cenas do game — ela recria a atmosfera emocional de forma precisa, fazendo com que tanto os veteranos quanto os novos espectadores se conectem com a história. A relação entre Joel e Ellie, marcada pela dor, pela sobrevivência e por um afeto construído em meio ao caos, é o verdadeiro coração da narrativa.


A série entende que o jogo não é apenas sobre enfrentar infectados ou sobreviver em um mundo pós-apocalíptico. É sobre humanidade. Sobre escolhas difíceis, traumas e esperança em meio à ruína. E isso é retratado com uma sensibilidade rara em adaptações do gênero.


Atuações que elevam a experiência:


Pedro Pascal, como Joel, entrega uma atuação contida e dolorosa. Seus olhares dizem tanto quanto suas palavras, traduzindo perfeitamente o peso de um homem que perdeu tudo. Bella Ramsey, por sua vez, surpreende ao interpretar Ellie com uma mistura perfeita de inocência, coragem e sarcasmo. Sua performance cresce a cada episódio, mostrando a complexidade da personagem de forma natural e poderosa.


Mesmo quem criticou inicialmente a escolha do elenco teve que admitir: a química entre os dois é um dos maiores trunfos da série. E não para por aí. O elenco coadjuvante também entrega momentos memoráveis — como Nick Offerman e Murray Bartlett no emocionante episódio 3, que narra uma história paralela sensível e comovente, expandindo o universo do jogo com originalidade.



Participação ativa dos criadores do jogo:


Um diferencial importante de The Last of Us é a presença de Neil Druckmann, criador do jogo, como corroteirista e produtor da série. Ele trabalhou lado a lado com Craig Mazin, roteirista de Chernobyl, o que garantiu uma adaptação fiel, mas também inteligente para o formato televisivo.


Essa parceria resultou em uma obra que respeita a essência do jogo, mas não tem medo de expandir e enriquecer a história com novos detalhes e perspectivas. Episódios como o da origem do surto ou os flashbacks do passado de Ellie são exemplos de como a série soube acrescentar à narrativa original sem enfraquecê-la.


Produção de altíssimo nível:


Como já é tradição da HBO, a produção da série impressiona pela qualidade técnica. Os cenários devastados, as cidades abandonadas cobertas pela natureza, os infectados assustadores — tudo foi criado com um cuidado visual que torna a experiência altamente imersiva.


A trilha sonora, assinada por Gustavo Santaolalla (o mesmo compositor do jogo), reforça ainda mais o vínculo entre a série e o game, despertando nos fãs uma forte carga emocional. A direção de arte, maquiagem e efeitos especiais também se destacam por manter um equilíbrio entre o realismo e o terror, criando um universo crível e ao mesmo tempo assustador.

Jogo vs. Série The Last of Us.
Jogo vs. Série The Last of Us.

Aceitação da crítica e impacto cultural:


Ao contrário da maioria das adaptações de games, The Last of Us foi recebida com entusiasmo tanto pela crítica especializada quanto pelo público geral. A série ultrapassou a marca de 95% de aprovação no Rotten Tomatoes e foi amplamente comentada nas redes sociais, com episódios virando tópicos de discussão semana após semana.


Mais do que agradar os fãs do jogo, a série conseguiu algo raro: atrair um novo público, que nunca havia jogado The Last of Us, mas se envolveu profundamente com a narrativa. Isso mostra que a produção se sustenta como obra independente, com qualidade o suficiente para emocionar e impactar qualquer espectador.


Conclusão:


The Last of Us conseguiu o que antes parecia impossível: traduzir uma experiência profundamente interativa e emocional dos videogames para o formato televisivo, sem perder sua essência. A série da HBO não apenas respeita a narrativa do jogo original, como a expande de maneira inteligente e sensível. A fidelidade emocional, as atuações marcantes, a qualidade técnica impecável e a direção criativa consistente resultaram em uma adaptação que é, para muitos, uma verdadeira obra-prima da televisão contemporânea.


Mais do que uma simples transposição de um game para as telas, The Last of Us se transformou em um fenômeno cultural, provando que histórias vindas dos jogos eletrônicos podem — e devem — ser tratadas com o mesmo cuidado e profundidade de grandes produções dramáticas. Ela elevou o padrão de qualidade para futuras adaptações e estabeleceu um novo marco no relacionamento entre o mundo dos games e o audiovisual.


Mas agora queremos saber: será que The Last of Us também é, para você, a melhor adaptação de um videogame já feita? Ou há outra produção que conquistou seu coração de forma ainda mais intensa? Deixe seu comentário e compartilhe a sua visão! Sua opinião pode inspirar outras discussões e enriquecer ainda mais essa conversa sobre narrativas que ultrapassam as telas.


Trailer da 1° Temproada de The Last of Us:


1 Comment


Wallace Martins
Wallace Martins
Apr 21

E aí galera! Sem dúvida uma das melhores adaptações, ou não?! 👀

Like
bottom of page