Pecadores: Ryan Coogler estreia no terror com vampiros, crítica social e muita música
- Wallace Dias
- 17 de abr.
- 3 min de leitura
Atualizado: 22 de abr.
Após o sucesso estrondoso de Pantera Negra, o diretor Ryan Coogler dá um passo ousado ao mergulhar no universo do terror com o filme Pecadores. A nova produção, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira, mistura vampiros, cultura ancestral e crítica social em uma narrativa intensa, estilizada e carregada de simbolismo. Com Michael B. Jordan em dose dupla, a obra promete marcar uma nova fase dentro do gênero.

Uma história de irmãos, raízes e sangue no sul dos EUA:
Em Pecadores, conhecemos os gêmeos Fumaça e Fuligem, que retornam ao interior do Mississippi após anos distantes. A dupla decide abrir um bar musical em um celeiro abandonado, com a esperança de resgatar memórias e recomeçar a vida. Mas o que parece ser uma simples tentativa de reconexão com o passado rapidamente se transforma em um mergulho sombrio em horrores sobrenaturais.
A ambientação do sul dos Estados Unidos não é apenas um pano de fundo: ela intensifica os temas de desigualdade, racismo estrutural e exclusão. O Mississippi retratado no filme é um lugar carregado de tensões históricas, e é nesse cenário que a trama de vampiros se desenrola — trazendo um terror com profundidade e contexto social.
Tradições ancestrais, música e espiritualidade como força narrativa:
Ao contrário de muitos filmes de vampiro que apostam apenas no susto, Pecadores constrói uma mitologia rica, ligada a crenças africanas, irlandesas e da nação indígena Choktaw. A música é o elo entre os mundos, carregando um poder místico que atrai criaturas da noite. No universo criado por Coogler, músicos com dons especiais podem atravessar o véu entre a vida e a morte — o que abre caminho para reviravoltas surpreendentes.
Essa abordagem transforma o terror em algo mais simbólico e espiritual. A trilha sonora assinada por Ludwig Göransson é parte essencial da experiência, fundindo percussões tribais com elementos eletrônicos e jazz psicodélico, compondo uma atmosfera única.
Vampiros como metáforas: liberdade ou dominação?
O antagonista Remmick representa um novo tipo de vilão vampírico. Ele oferece aos marginalizados uma “irmandade imortal” onde raça, gênero e classe social não têm mais importância. A proposta parece libertadora, mas esconde uma armadilha: a perda da identidade individual em troca da submissão ao coletivo.
Essa alegoria sobre pertencimento, alienação e poder ecoa temas contemporâneos. Coogler transforma os vampiros em figuras simbólicas de resistência e dominação, levantando debates sobre até onde vale a pena ir para escapar da opressão.
Elenco afiado e atuações marcantes:
Michael B. Jordan impressiona ao interpretar dois personagens completamente distintos. Ele alterna com facilidade entre o carisma descontraído de Fumaça e a intensidade enigmática de Fuligem, mostrando mais uma vez sua versatilidade como ator. Wunmi Mosaku e Hailee Steinfeld também entregam performances sólidas, mas quem realmente surpreende é o estreante Miles Caton, que rouba a cena com presença e emoção.
O elenco dá vida a um roteiro que poderia facilmente se perder na complexidade dos temas, mas que se mantém coeso graças à direção segura de Coogler e à construção cuidadosa dos personagens.
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Um novo clássico do terror contemporâneo?
Inspirado por obras como Um Drink no Inferno e Os Vampiros de Salem, Pecadores não se contenta em repetir fórmulas. Ele cria sua própria linguagem visual e narrativa, combinando sensualidade, violência, poesia e crítica social em uma mistura que poucos diretores conseguem equilibrar.
Ao final da sessão, fica claro que Pecadores é mais do que um filme de vampiro — é uma reflexão sobre ancestralidade, liberdade e identidade. E um aviso importante: não saia da sala antes dos créditos terminarem. Uma cena extra prepara o terreno para possíveis desdobramentos futuros.
E você, já assistiu ou está ansioso por Pecadores?
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